segunda-feira, 16 de abril de 2012

Sarah Agnes




Sarah Agnes,
nasceste para mim, nasci pra você,

para remar nos moinhos
que giram nos versos de Miguel de Cervantes

Abro a janela azul, abro a janela vermelha,
abro uma fenda no tempo para tocar-te agora,
bem junto as cortinas que imagino protegerem teu sono

Contamos os grãos do café, contamos os bulbos do trigo,
as espigas que nos dão a palha
para fazermos nosso tapete e a cama

Sei que você me viu nascer, estavas ali,
no corpo de um anjo,
ao lado de minha mãe
recrutando as estrelas que serviriam de guias
para esse nosso abençoado encontro

Sarah Agnes,
me olho no espelho e vejo você,
vejo seus lábios untarem-se aos meus,
meus pés os teus

E eu te procurei em tantos corpos,
em tantas ruas e casas,
nas cenas dos melhores e piores filmes,
entre o dormir e o acordar

Minha mulher,
pedaço de mim mesmo,
inteira, completa,
onde eu me encontro
e renasço

( edu planchêz )

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