domingo, 25 de dezembro de 2011

CALDO DE ESTRELAS























Estou nesse agora no interior do estado de São Paulo,
mais precisamente, em São José dos Campos,
pátria do pintassilgo Cassiano Ricardo
e muitos outros irmãos e irmãs...


Mundialmente falando,
estou em casa, na casa de meus pais,
na casa do grande Rio
que me fez bodsatva da Terra peixe-poeta


Grande satisfação cá estar, piso no ninho,
nos ovos e nos gravetos que os acomodam,
sou um de desses ovos, um desses gravetos,
o lagarto pai e filho dos vindouros filhotes


Entro nas cameras da pirâmide construída por meus pais,
entro na cidade e no coração dos que nela habitam:
repito, estou em casa,
em meio a algo querido que me trouxe ao mundo dos homens,
ao mundo subjetivo e objetivo que arrasto e me arrasta


Dizer que um de meus pés é a ponta de um compaço,
é dizer que eu sou um dos construtores
desse planeta cadente de palavras


Irmãos e irmãs, desse tempo e de outros tempos
a planta de de nossos pés pisam às páginas do livro escrito por todos
que aqui pensam, pensaram e o pensarão


Por essa razão e muitas outras, tenho cá em meus braços a panela,
o caldeirão de barro e o fogo do bronze
para preparar o caldo de estrelas que nos manterão salteadores de montanhas
pelos quilometro de vidas que hão de vir e passar...
e certamente prover o mesmo movimento infinitas vezes


(edu planchêz)

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