Vidoeiro ou Teixo,
madeira que enverga mas não quebra,
usada pelos antigos guerreiros
para o construir de arcos...
Agora que sou flecha certeira,
pulso em tua direção,
em teu colar de brilhantes,
nos arrepios de teu pescoço,
nas canções de paz e guerra
geradas nas grinaldas da cama
E o escrever é um arco, transplante de órgãos,
beijo demolidor, pernas e ventres entrelaçados
O tesão que sinto é matéria muito forte mesmo,
desafia o poder de impacto de qualquer fêmea,
por isso meus versos são imbatíveis,
minhas canções avassaladoras,
minha presença na Terra, um marco
Esse é um poema de força,
de eletricidade avançada,
repleto de tufões e imperativos relâmpagos
Na real, quero que a Terra translade só para mim,
para os meus desejos coletivos
"Olhai os lirios do campo", foi o que sempre fiz,
minha maior segurança é não ter segurança alguma
Salto no escuro, pouco me importa se há luz,
plumagens para amortecer minha doce queda...
vivendo assim já penetrei em ti e em mim meio século,
poderosos dias e noites
Mestre, o animal poético, segue, resoluto,
pisando sobre seus próprios pés,
sob o raiar de cada ano girando no medo
e nas claridades do nada saber
(edu planchêz)
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