quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O Vento-Tempo













O vento daqui e o vento de além,
se interagem, interagem mundos,
seres, entidades terrenas e celestiais,
e coisas que não sei denominar...
flores e frutos, caules e raizes...

Eles-nós viemos das cratéras,
dos furos dos monolitos,
das caçambas recheadas de planetas,
será que você lembra?
Será que esqueci?

O vento que agora chamo de tempo
cravou e continua cravando seus dentes de histórias
em nossas carnes repletas do que nunca se esquece

Ele não era Rei, Rainha! Ele é Rei, Rainha! E continuará sendo,
e para todo o sempre há de estampar a linguagem de sua nação
nos tecidos dos que aqui estiveram,
estão e nos ainda por chegar

Há alguma lembrança? Algum porão? Algum navio? Céus?
Algum vulto do suposto distante rastejando em teus sentidos,
em meus sentidos: trazendo água,
luz de fogueira, panelas de argila,
rajadas de sangue, gritos de mulheres, choro de crianças,
cânticos intra-estelares-intra-uterinos cantarolados e dançados
para saudarem o Vento-Tempo

Quem de nós sabe o que aqui está à fazer?
Ves os pássaros que te visita a noite
para trazerem em seus bicos de marfim e cobre
as noticias do começo e do fim

Ves a dimensão dessa bola azul viajante que ora pisas,
num passado incalculável não passou de uma bola de fogo
que um dia conheceu a chuva,
que um dia acolheu o mar e sucessivamente
o que agora vemos e não vemos

(edu planchêz)

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