quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Prenda minha



21h37m

Não estou com a mínima vontade de escrever,
escrevo apenas para assoprar
das carrancas a solidão implacável,
o isolamento que lança enxurradas de vespas
enfurecidas em meus corpos elétricos,
sobre os lençóis do incognicível

05h15m

Desperto assim cedo para os que ainda não dormiram,
desperto com as alças da emblemática manhã esticando meus braços
com o sentimento das aves que migram
do gelo maciço ao gelatinoso fogo
dos incontáveis países da esfera sul

05h29h

Prenda minha, te chamo assim com muita convicção,
com uma saudade indescritível, chorando por te amar tanto,
por ver desenhado no "tempo da delicadeza" nossos corações
patamares de céus apinhados de astros-raios-de-esperança
rasgarem nossos peitos para no peito da Terra
traçarem nossas amadas artes

07h02m

Continuo pensando na minha Prenda, ela é única,
adorável, mulher linda, deusa que me deixa paralisado,
sem ar, ouvindo o canto do canário
que floresceu em Fernando Pessoa

10h05m...

(edu planchêz)

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